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domingo, 10 de abril de 2011

Campanha de Barack Obama revolucionou o marketing político


Até agora ninguém pode afirmar qual candidato vencerá as prévias que definem os candidatos oficiais de Democratas e Republicanos nos Estados Unidos. Porem, o marketing e o e-marketing adotado pela equipe de Barack Obama já merece grande destaque. A “campanha e-marketing 2.0” realizada pelo candidato Barack Obama é fantástica e inovadora no marketing político no mundo. Se a eleição fosse através da net, provavelmente o candidato Barack Obama, que tem dado muito trabalho a ex-primeira dama Hillary Clinton, já estaria eleito como presidente dos Estados Unidos. As eleições americanas nunca foram tão imprevisíveis como a de 2008.

Nos Estados Unidos o uso da internet em campanhas políticas já é comum. Aliás a internet começou por lá. Hillary tem usado muito bem a campanha na web, mas acelerou os trabalhos quando a campanha de Barack Obama já estava no topo das pesquisas. A diferença está no uso da tecnologia e métodos da web 2.0.O marketing de Barack Obama on line vai muito além de manter um blog no ar. O timing é perfeito, no momento em que os internautas do mundo inteiro já estão mais preparados com a internet e gritam por interatividade.
Para acompanhar a campanha de Barack Obama de perto, me cadastrei em seu site oficial há quase um ano(www.my.barackobama.com/page/community/blog/inaciorodrigodecastro). A sensação desde o princípio é que Barack Obama e sua equipe de e - marketing utilizam da internet com uma sabedoria que deixariam para traz qualquer empresas que se acham expertise em “marketing digital”.

 Após o meu cadastramento no site da campanha de Barack Obama, recebo e-mails, convites, pedidos de ajuda financeira, vídeos, material de campanha, relatos da campanha, atividades da equipe de Barack Obama, entre outras tantas mensagens do próprio candidato a presidente dos Estados Unidos. Criei meu blog de apoio a campanha, onde qualquer um pode personalizar sua participação em uma série de atividades e interatividades com Barack Obama, eventos a ambientes de discussões segmentados para latinos, crianças, veteranos, negros, judeus, orientais entre outros. Procurei algo que poderia estar faltando,porem fiquei surpreso.A equipe de e - marketing de Barack Obama me surpreendeu. Doação on-line, site personalizável, e-commerce, centenas de comunidades segmentadas, espaço para debates on-line, web site móbile, BarackTV e as demais funções mais comuns – notícias, newsletters, etc.


E se a campanha política seguir para o papo do momento - convergência de mídias, integração on/off - lá está a campanha de Barack Obama. E ele demonstrou que está alinhado com a tendência WEB 2.0, recentemente num de seus comícios (ao vivo, não virtual) no Central Park em Nova York:
"No ponto alto do evento, depois de um discurso empolgante, Barack convocou os presentes a se juntarem à campanha. Como? Resumindo a história, gritou em alto e bom som algo como: “peguem seus celulares agora, digitem “Join” e enviem o SMS para o número X”. Feito. Isso foi o bastante para que os presentes se conectassem a campanha através do mais “íntimo” dos seus aparelhos. E foi também o adeus definitivo às velhinhas voluntárias que recolhem assinaturas no bom e velho papel, ao lado do palanque."
 O resultado de tudo isso não poderia ser diferente. Com essa campanha 2.0, Barack Obama conquistou um verdadeiro exército de eleitores jovens, todos empolgados em militar a favor de sua moderna campanha. Não vou entrar no mérito do conteúdo, mas a forma é realmente uma mudança que pode influenciar as próximas campanhas. Dentro e fora dos Estados Unidos.
 E o Brasil, onde entra nessa? Hoje temos quase 40 milhões de eleitores internautas e isso só cresce, junto com a participação dos usuários na criação de blogs, envolvimento em comunidade, entre outras atividades on-line. O Brasil é recordista mundial em tempo médio de conexão, à frente de Japão e dos Estados Unidos. Além do que, temos mais de 120 milhões de celulares ativos que dispõem de, no mínimo, recursos de SMS.
 O que falta mudar e o que precisamos pra assistir a campanhas como a de Obama? A resposta, em minha opinião, é simples: Políticos como Barack Obama. Gente que deixe de lado as velhas idéias e entenda de uma vez por todas que a Internet não é apenas complemento de mídia e que campanha on-line não se resume a um site com a “foto bem grande” e o disparo de e-mails utilizando bases compradas por aí.

Infelizmente, esse ainda é o pensamento da maioria dos políticos brasileiros. E pior, é também o pensamento de alguns profissionais de marketing político que também desconhecem o meio. Como um candidato que antes de perder a última eleição presidencial disse que a “Internet era muito limitada, coisa de classe A e B”. Deve ter esquecido que os mais de 40 milhões de internautas brasileiros com mais de 18 anos tem que votar também, seja da classe A, B, C ou X. E por isso mesmo, ele deve ter se concentrado apenas nos meios tradicionais. O que algum assessor mais antenado deveria ter lhe contado é que o consumo de TV e outras mídias tradicionais vêm perdendo espaço no dia-a-dia das pessoas. E justamente para a Internet.
Para não ser injusto, já vimos alguns avanços por aqui. Já participei de campanhas onde os marqueteiros-chefes concordaram com a maioria das idéias. E davam apoio para tocar pra frente algumas ações, mesmo quando estava estampado na cara deles a desconfiança e o medo da decisão que acabaram de tomar.
Vejam, não estou aqui defendendo uma campanha 100% on-line. É óbvio que tudo depende do lugar, do público e do candidato. Mas defendo sim que em muitos casos, uma campanha on-line bem feita pode fazer total diferença e ser o carro chefe das ações de marketing. Pode ser mídia principal e é a única que pode ser participativa como pede uma campanha com conteúdo e propostas de valor. E isso não é coisa dos “meninos lá da Internet” não. A realidade é que a cada dia mais pessoas passam a maior parte do dia conectadas, assistem mais vídeos on-line como os do Youtube, usam mais redes sociais como o Orkut e o Facebook, lêem mais blogs e sites de notícias que revistas de papel. Concorrentes de peso para os nada populares programas políticos obrigatórios na TV.
Fica aí minha contribuição para pensarmos um pouco mais sobre isso. E até a minha torcida para ver o inovador Barack Obama eleito. Quem sabe ele não se torna também o primeiro Presidente 2.0 da história.
Site oficial - www.barackobama.com
Site Mobile - www.barackobama.com/mobilev2/
Barack TV - www.barackobama.com/tv/
Barack Obama Youtube - http://br.youtube.com/user/barackobamadotcom?ob=4
Blog de Inácio Rodrigo de Castro na campanha - www.my.barackobama.com/page/community/blog/inaciorodrigodecastro

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